Em um novo cenário de saúde, onde as lógicas do ecossistema tem grandes mudanças e impactos, as instituições assistenciais , sejam clínicas, hospitais, laboratórios, entre outros, vem se organizando afim de buscar seu espaço no mercado, mas também revendo novos modelos na própria prestação de serviço e principalmente encaixando-se em modalidades de remuneração com base em valor.
Para iniciar esta jornada da mudança, alguns passos são importantes, mas principalmente iniciando por um processo sistemático para gerenciamento de risco, afim de manter a sustentabilidade da instituição no curto/médio prazo, bem como garantir que as entregas de resultados e experiência para os pacientes.
Seguem aqui um action guide, alguns passos para iniciar a mudança na gestão dos cuidados:
- Estruturar um care team: fundamental este alicerce, considerando ser este um ponto focal de contato e decisão de todo o painel de pacientes, independente do grau de risco, ou necessidade de atenção secundária ou terciária. Este time coordena toda a navegação durante um plano de cuidados até o desfecho, e também é responsável pela experiência do paciente.
- Identificação dos pacientes de alto risco: durante o processo de ativação/engajamento, do paciente com seu time de cuidados, com a coleta de informações, seja por inquéritos, questionários ou até as próprias consultas, é fundamental a estratificação em grupos de risco, e já colocar prioridades para os grupos de alto risco, ou que não estejam com doenças crônicas sob controle.
- Definição da interface/plataforma de engajamento: ítem fundamental que além de estruturar todas as informações obtidas dos atendimentos, prescrições, irá constantemente estar abrindo os acessos digitais (teleconsultas, email, chat, SMS), para que constantemente haja uma comunicação entre care team/paciente, seja para compartilhar conteúdo, decision aids, e ainda fazer toda a ativação do interesse de estar constantemente conectado.
- Definição dos serviços que serão oferecidos: como parte do gerenciamento de cuidados, consultas, exames ou procedimentos, já poderão fazer parte do escopo de atuação contratualizado, também inserido com base em valor. Aqui a mensuração de consumo desses recursos é muito importante, para manutenção de sustentabilidade do contrato.
- Inclusão do paciente como membro care team: entende-se como membro ativo, somente quando paciente começa a ser “alfabetizado” com informações de saúde, conforme seu plano de cuidados, e a partir deste processo, que ele seja o principal ator na relação.
- Estender parcerias: todo processo de coordenação do cuidado irá gerar necessidades complementares seja com exames, procedimentos, especialidades, que não estejam presentes na própria instituição. A formalização prévia da relação/parceria, credibilidade e fortalece o comprometimento com os desfechos do paciente. A estruturação de referência e contrarreferência inclusive na plataforma, é muito importante.
Esses itens acima, já podem ser considerados os principais para instituições assistenciais na fase de mudanças ou ampliação, e além disso o monitoramento do contrato, com ajustes necessários para sustentabilidade do mesmo.