Em um período muito curto, houveram várias mudanças regulatórias, digitalização de alguns processos até então analógicos, além das empresas que estão sendo “cobradas” por diversos stakeholders, considerando questões de sustentabilidade, com focos em ambiente, pessoas e governança.
Se confluirmos esses temas acima, podemos considerar que grande parte refere-se a pessoas. As mudanças da NR-1, NR-7, o eSocial, o “S” (social) do ESG são referentes as grandes mudanças que trarão impacto no dia-dia de gestores, readequando seus métodos e processos, e mais ainda, que irá trazer de maneira digital, informações sobre os colaboradores, em saúde e segurança. Independente do que o governo e outros reguladores irão fazer com todas essas informações, muitas organizações estão preparando as mudanças, afim de obter inclusive benefícios e visibilidade perante a comunidade.
Mas como isso pode ser feito ?
Saúde e segurança sempre foram vistos como grandes passivos para as organizações. Tratados de maneira muito administrativa/burocrática, considerando saúde ocupacional, e como benefício, algo nos dias atuais muito valorizado, porém proporcionalmente insustentável. Outro ponto muito importante: é pouquíssimo provável que organizações adicionem um outro orçamento sobre o tema, mesmo porque, não é necessário. A adoção de tecnologia, leva a uma mudança nos processos antigos, e não é somente comprar um software. Existe sim uma otimização do mesmo recurso que é empregado hoje, ou muitas vezes até menos, para que saúde seja tratado como um ativo, e que inclusive com os resultados obtidos a partir da mudança adotada pela empresa, que gere uma visibilidade de mercado maior do que a de seus concorrentes.
Vamos para a prática.
O time de saúde responsável por saúde ocupacional, passa adotar a gestão do cuidado, ou seja, resolve as principais demandas e necessidade dos colaboradores relacionadas a saúde. Questões mais simples, o médico já irá prescrever, solicitar exames, ou tratar da maneira que achar mais adequada. Todas essas informações são inseridas em um plataforma estruturada, ou seja, permite que haja uma base analítica para que gestores consigam ver o status de saúde de um indivíduo, e de uma população. Além disso, dados são automaticamente enviados para o eSocial, e já cumpre com as obrigações regulatórias, em eventos de saúde e segurança.
Com uma base de conhecimento sobre a população, a empresa direciona seu plano de ações de uma uma maneira muito mais efetiva, consegue reduzir riscos e agravos em saúde. Ela torna essa base de cuidados muito transparente para seus stakeholders, e consegue um posicionamento muito bom perante sua comunidades, seus colaboradores tem maior percepção sobre o acolhimento, aumentam NPS, e por consequência, retenção de talentos.
Os reports ESG, começam a partir daí enriquecerem muito, pois além dos aspectos ambientais, o social traz um diferencial enorme, e ainda poucos iniciaram a reportar sobre o “S” no Brasil.
Todos os impactos, inclusive riscos trabalhistas, tributários, previdenciários, são minimizados, com uma pequena mudança de mindset das lideranças.