Qual o impacto do burnout para empresas, e como lidar com este novo cenário?

Em poucas palavras, a síndrome do burnout foi incluída recentemente no CID-11 (classificação internacional de doenças), como sendo um estresse crônico no ambiente de trabalho, resultando em exaustão e esgotamento, distanciamento e queda de produtividade.

Em um cenário de grandes pressões, por mudanças, cobranças, incertezas e performance, empresas precisarão estar contextualizadas sobre os grandes impactos que esta síndrome poderá trazer sobre sua força de trabalho. E ainda mais, esses impactos irão refletir diretamente em produtividade, aumento dos custos tributários e previdenciários, bem como a imagem da empresa para todos os stakeholders, sejam clientes, fornecedores e a própria comunidade.

Como proteger seus colaboradores ?

O burnout passa por estágios de desenvolvimento que precisam ser identificados, para evitar seus danos aos colaboradores. Sinais como irritabilidade, perda de foco, mudanças de comportamento, ambição em excesso, e até mesmo sinais de depressão, devem ser percebidos pelo time de recursos humanos. Ainda acreditamos que uma das melhoras formas de identificar este processo, seja durante os exames ocupacionais, desde que bem realizados do ponto de vista técnico. Isto porque o médico que realiza, pode incluir em sua consulta, inquérito sobre estes sinais e sintomas, e a partir daí atuar de maneira preventiva e personalizada, oferecendo desde suporte até sugerir especialista para abordar de maneira integral.

Atuando desta maneira, evitará todas as consequências da síndrome, o afastamento do colaborador, e ainda mais: provará que atua de maneira preventiva, com uma inclusão cultural de saúde e prevenção. O simples fato de acolher e dar suporte, irá trazer ótimos resultados no curto o e médio prazo.

Como estruturar a implantação deste programa ?

A partir da tomada de decisão, que geralmente é estruturada dentro do RH, o convencimento e argumentação para realização do programa, além dos aspectos culturais, poderá ser baseado nos impactos em custos, sejam previdenciários, tributários, judiciários, e também ligados ao próprio benefício, como sinistralidade por exemplo.

Com a definição do cronograma, desde a implantação até a primeira mensuração dos indicadores, calcula-se um ROI, retorno sobre investimento, de todas as ações realizadas no programa.

Inicialmente, é necessário mudança do próprio método utilizado pelo time de saúde ocupacional, que além de abordar questões regulatórias, precisará ampliar o inquérito sobre saúde física e mental, para conhecer o status de saúde atual dos colaboradores.

Essas informação precisam ser armazenadas em plataforma estruturada para leitura e rápida, e que traga possibilidade de visualizar saúde populacional, seja por grupos, setores, gênero, faixa etária, etc.

Com estes primeiros passos, já define quais são os principais grupos de risco, ou já diagnosticados com burnout. Inicia-se então a segunda fase, onde será feito uma abordagem terapêutica específica.

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